Fora de Série

A Série dos fora de série

Num universo de mais de 1000 colaboradores, são muitos os meses em que há mais de um colaborador com um desempenho “Fora de Série”. Prova disso mesmo é o facto de, em vários meses, recebermos mais do que um nomeado. Isto determinou uma mudança de política editorial: o BIP passou a destacar todos os nomeados em cada mês, sem opção de mérito (porque todos o têm muito!). Adicionalmente, tendo por base critérios de oportunidade noticiosa, é desenvolvida uma entrevista a um dos nomeados.

ESTE MÊS FALAMOS COM Pedro Regadas (SCOM)

1. Como é que surgiu a oportunidade de trabalhar no INESC TEC? 

A oportunidade surgiu por intermédio da designer Susana Fernando que coloborava com o INESC TEC já há algum tempo. Como temos ambos um estúdio de design no mesmo local, onde partilhamos experiências de trabalho, proporcionou-se numa dessas partilhas a hipótese de colaborar com o INESC TEC.

Sendo uma referência por ser um Centro de Investigação de excelência, era essêncial que a comunicação contribuísse também para essa excelência a exemplo de outras instituições na Europa e nos EUA com a mesma missão. Nesse sentido, para que tal acontecesse, era importante que o INESC TEC tivesse o Design de comunicação incorporado na sua estratégia e no planeamento de duas questões fundamentais. Primeiro, tornar clara a sua identidade corporativa e o seu posicionamento no mercado e, segundo, introduzir os conceitos de Design de comunicação, passo a passo, dentro da filosofia e cultura de trabalho da instituição.

2. De que forma é que a área do Design encaixou numa instituição como o INESC TEC? 

O Design é uma disciplina essencial em qualquer instituição, organização ou empresa, e é hoje considerado como fator chave para o sucesso empresarial. No entanto, existe grande confusão na definição do seu âmbito e das suas funções, levando a uma difícil integração do mesmo, o que provoca um déficit de Design nas organizações. Este déficit de Design tem consequências diretas, tanto ao nível da comunicação institucional, como ao nível da competitividade dos produtos/projetos desenvolvidos. Se, por um lado, as organizações ainda têm uma visão deturpada do que é o Design e, sobretudo, das competências do Designer, por outro, cabe a estes profissionais demonstrarem as suas valências no sentido de uma aproximação. Nesse sentido, integrar as competências do Design de comunicação na estrutura era essencial. Uma instituição com a dimensão atual do INESC TEC precisa que o Design seja enquadrado não do ponto de vista da resolução específica de um determinado problema, mas numa visão sistémica, introduzindo os conceitos de Design de comunicação, passo a passo, que devem agir de forma integrada. Qualquer intervenção isolada resulta numa dispersão e contradição de imagens e o contributo do Design neste processo é decisivo e fundamental. E para isso, o papel do Designer é crucial, pois é um dos principais mediadores, intérpretes e gestores de informação dentro de uma organização. Ao realizar a sua atividade, une conhecimentos estéticos, técnicos, didático-científicos, mercadológicos, administrativo-organizacionais, no desenvolvimento de produtos/serviços.

3. Que desafios traz o trabalho no Serviço de Comunicação?

Os desafios colocam-se em diversos níveis que vão desde a comunicação institucional até à conceção e desenvolvimento de identidades visuais de projetos de I&D e sua aplicação. No que diz respeito à comunicação institucional, o maior desafio coloca-se na criação de uma cultura de Design com o intuito de promover a imagem e o prestígio da instituição aos níveis interno e externo. Criar essa cultura de Design dentro da instituição é mais do que desenvolver um logótipo, é necessário desenvolver um programa de imagem coordenada - que simbolize a cultura e os valores da instituição. E para isso, é necessário criar e regrar um conjunto de ferramentas e um universo próprio da marca INESC TEC, fácil de reproduzir e rápido de identificar como pertença da instituição. Implica melhorar o sistema tipográfico, desenvolver o sistema cromático, e acrescentar um sistema iconográfico e infográfico permeável ao instituto e às suas áreas de atuação — Investigação (Clusters) e Inovação (Tec4), até então sem qualquer identidade; e regrar o comportamento e a organização destes. Para isso, é necessário definir os princípios de normalização da imagem do instituto, objetivando motivar o sentimento de pertença por parte dos seus colaboradores, facilitar os processos de identificação por parte do público, e providenciar um foco, favorecendo a comunicação geral. Com isto, visa consolidar a coerência, a personalidade, o posicionamento e o auto-conhecimento do INESC TEC sobre si mesmo.

4. A nomeação foi feita no âmbito da avaliação da FCT. Como é que foi executar esse trabalho?

Executar este trabalho foi complexo pelo envolvimento dos 13 Centros de I&D, mas também aliciante pelo desafio que representa para a instituição. Estar à altura deste momento na vida da instituição, que ocorre de 4 em 4 anos, era fundamental.

Tínhamos a experiência do ano anterior aquando da visita do SAB (Scientific Advisory Board) e, por isso, preparamo-nos para o que poderia acontecer.

Para cumprir com os desígnios da candidatura, foi necessário criar um processo de trabalho que pudesse responder de forma eficaz aos problemas que se iam colocar. Antecipar os problemas e criar soluções para os mesmos foi sem dúvida o maior desafio, pois para resolver os problemas, é necessário conhecê-los bem para que as soluções encontradas possam resolver os problemas melhor do que estavam anteriormente resolvidos. Para isso, deve-se evitar a armadilha de perceber o Design somente pela perspetiva do resultado visual. O Design é uma atividade voltada para a resolução de problemas, criação, atividades coordenadoras e sistémicas e está próxima da atividade da gestão. Criar deve ser resolver problemas melhor do que estavam anteriormente resolvidos.

5. Terminamos este questionário, pedindo que comentes a nomeação, feita pelo Conselho de Administração do INESC TEC:

«Nomeio o Pedro Regadas para Fora de Série do mês de outubro pela inexcedível dedicação e brio com que idealizou, concebeu e concretizou todo o material gráfico de suporte à visita de avaliação da FCT.»

Foi com imensa gratidão e surpresa que recebi a nomeação vinda do Conselho de Administração e fico muito satisfeito em saber que o meu trabalho é reconhecido. No entanto, gostaria de salientar que este reconhecimento cabe também aos diferentes colegas que comigo trabalharam com os quais partilho esta distinção.

Fora de série - Mês de Outubro

• José Pedro Pinto, CTM

“O José Pedro revelou, durante o mês de outubro, um empenho excecional e teve uma função chave na equipa do projeto europeu FotoInMotion, tendo contribuído para consolidar a imagem de profissionalismo e capacidade técnico-científica do INESC TEC junto do consórcio. O trabalho que desenvolveu permitiu não só cumprir objetivos, mas ainda antecipar o lançamento da primeira ferramenta da total responsabilidade do INESC TEC e que é vital para garantir a prossecução dos trabalhos previstos. Assumiu também um conjunto de responsabilidades operacionais, demonstrando autonomia e capacidades de coordenação com toda a equipa. A excelência dos resultados foi largamente reconhecida pelos parceiros do projeto. A Coordenação do CTM gostaria também de realçar o empenho e qualidade de trabalho de toda equipa de investigadores juniores do projeto FotoInMotion, pelo espírito de equipa e entreajuda que certamente contribuíram para o sucesso do trabalho do José Pedro.”, Coordenação CTM

• Pedro Regadas, SCOM

“Nomeio o Pedro Regadas para Fora de Série do mês de outubro pela inexcedível dedicação e brio com que idealizou, concebeu e concretizou todo o material gráfico de suporte à visita de avaliação da FCT.”, Conselho de Administração

• Teresa Araújo e Guilherme Aresta, C-BER

“Este mês o C-BER gostaria de nomear para fora de série os dois investigadores Teresa Finisterra Araújo e Guilherme Aresta, pela sua excelente e essencial colaboração na elaboração de uma proposta de um projeto Europeu, pelo elevado nível da investigação desenvolvida, pela organização de o Challenge BACH que atraiu uma participação internacional excelente, pelas publicações recentes aceites, publicadas e submetidas e pelo elevado número de citações num artigo publicado há cerca de um ano (tem mais de 70 citações no Google Scholar).”, Coordenação C-BER