PORTUGAL DOS OVOS DE OURO
Qual deve ser a estratégia de um país pequeno? Em particular, qual deve ser a estratégia de Portugal?
Sendo pequeno, num planeta que se tornou pequeno e perdeu localidade, precisa de cultivar amizades e cumplicidades. Em séculos anteriores, impérios longínquos pouco impacto direto e imediato tinham no outro lado do mundo – no presente, nem vale a pena comentar como a situação é inversa. Um pequeno podia ser grande localmente, hoje é minúsculo globalmente.
As amizades, em política internacional, sustentam-se em interesses. Um grande defende, quando precisa pela força, os seus interesses. Um pequeno, para sobreviver, precisa de se tornar útil, indispensável, interessante.
Na sociedade do conhecimento, o fator sociedade é fundamental – leia-se, os recursos humanos. Por isso, os países mais populosos irão adquirindo natural proeminência. Estarão então os pequenos condenados?
Existe um fator equilibrante: o outro termo, o conhecimento.
Por isso, a estratégia de Portugal tem que se compor dos dois pilares: construir e inserir-se em teias de conivências e cumplicidades, que se consolidem em alianças. E, dentro delas, ser um elemento útil, necessário, indispensável por deter conhecimento especializado ou especial – por forma a que seja mais valioso proteger esse aliado do que esmagá-lo. Usar em nosso proveito o princípio da galinha dos ovos de ouro.
Sejamos galinha. Ponto.
Em coerência, saudamos a Semana da Ciência 2017.