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INFRAESTRUTURA TECNOLÓGICA PARA O MAR COM MAIOR INVESTIMENTO NACIONAL

INESC TEC E CINTAL APRESENTAM TEC4SEA

Chama-se TEC4Sea e é uma plataforma pioneira a nível europeu vocacionada para a investigação, desenvolvimento, testes e validação de tecnologias para potenciar a Economia do Mar. Criada pelo INESC TEC e pelo CINTAL, esta infraestrutura dispõe de um investimento de 5,3M€ para desenvolver tecnologias oceânicas e já conta com um Conselho Consultivo com 10 entidades de renome no setor do Mar.

O que é o TEC4SEA?

Criado pelo INESC TEC e pelo Centro de Investigação Tecnológica do Algarve (CINTAL), o TEC4SEA conta com diversos laboratórios espalhados pelo país, que têm como objetivo desenvolver tecnologias para o mar, capacitar as empresas e formar recursos altamente qualificados.

A grande vantagem desta infraestrutura é permitir um suporte de investigação multidisciplinar e o acesso ao mar profundo, facilitado pela localização geográfica das suas instalações, o que permite aos investigadores e às empresas preencher a lacuna entre o ambiente de simulação/experiência laboratorial e os ensaios operacionais no mar.

Reconhecida pela FCT no quadro do Roteiro Nacional de Infraestruturas de Investigação de Interesse Estratégico, o TEC4SEA está a iniciar a sua fase de implementação com financiamento do NORTE 2020, ALGARVE 2020 e FCT. Conta com um investimento de 5,3M€.

Quem pode utilizar?

O TEC4SEA é aberto a entidades externas, disponibilizando um conjunto de laboratórios, testbeds, equipamentos e instalações de apoio para atividades de I&D, experiências e validações, tanto em ambientes controlados como reais.

A plataforma pode ser utilizada pelas indústrias tradicionais, tais como a pesca e a aquacultura, do processamento do pescado, transportes, construção e reparação naval e portos. Também as indústrias emergentes, nomeadamente mineração do fundo marinho, oil & gas de mar profundo e ultra profundo, produtos e serviços Hi-Tec, energia renovável offshore, aquacultura offshore, biotecnologia, vigilância e segurança marítima, podem beneficiar do TEC4SEA.

“Esta infraestrutura é uma mais-valia para as empresas, na medida em que lhes dá suporte logístico, técnico e humano ao longo do processo de desenvolvimento, teste e validação e agiliza a transferência de tecnologia para o mercado”, refere Augustin Olivier, um dos responsáveis do TEC4SEA no INESC TEC.

 especial

Que impactos pode ter na economia do mar português?

A prevista extensão da Plataforma Continental portuguesa vai fazer com que a área do País cresça até aos cerca de 4 milhões de km2, o que representa aumentar mais de 40 vezes quando usamos por referência a atual área de Portugal. Para além disso, Portugal tem a terceira maior zona económica europeia e uma posição geoestratégica que faz com que haja o cruzamento de autoestradas marítimas.

“Temos um mar nacional tão vasto e tão profundo, que só nos falta mesmo começar a explorá-lo verdadeiramente. Na realidade, 30% dos fundos marinhos europeus estão ainda por explorar”, recorda Augustin Olivier. “Esta capacidade multidisciplinar para desenvolver novas tecnologias, e ao mesmo tempo testar e validar soluções em ambiente real, conferem ao TEC4SEA uma capacidade única para criar impacto em vários setores económicos”, conclui.

Os objetivos estabelecidos para as indústrias tradicionais passam então por aumentar a competitividade das empresas que atuam em setores que vão desde a pesca/aquacultura, passando pela exploração sustentável dos recursos (vivos e não vivos - incluindo em mar profundo), robótica e sistemas autónomos, TIC aplicadas a ambientes marinhos, novos materiais, vigilância, manutenção e reparação naval, indústria de transformação, energias renováveis, entre outros. No caso das indústrias emergentes, o TEC4SEA vai facilitar a capacitação tecnológica das empresas. 

 

Conselheiros de topo reunidos no Business2Sea

Com o objetivo de potenciar a I&D multidisciplinar no domínio do mar e o desenvolvimento dos setores económicos que lhe estão associados, mas também de ajudar a interpretar e a refletir as estratégias nas atividades e áreas de intervenção da infraestrutura, foi criado no dia 5 de junho o Conselho Consultivo do TEC4SEA.

O protocolo, assinado durante o evento Business2Sea, reuniu representantes das entidades que integram pelos próximos três anos o Conselho Consultivo do TEC4SEA, a saber: CCDRN - Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, Fórum Oceano – Associação da Economia do Mar, TICE.PT – Associação para o Pólo das Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica, PLOCAN - Consorcio para la Construcción, Equipamiento y Explotación de la Plataforma Oceánica de Canarias, APDL – Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo, Arsenal do Alfeite, A.Silva Matos Metalomecânica, IPMA - Instituto Português do Mar e da Atmosfera, CIIMAR – Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental, e INEGI – Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial. Outras entidades são ainda esperadas a assinar o protocolo e a fazer parte do conselho consultivo da infraestrutura.

Juntas, estas entidades têm a missão de aconselhar, representar e recolher contributos e opiniões de setores diversos da sociedade, no âmbito da infraestrutura, e ainda de apoiar o TEC4SEA em questões relacionadas com políticas nacionais, regionais e económicas e avaliar o enquadramento e impacto das atividades a desenvolver nas respetivas estratégias.

 flexus

Tecnologias para o Mar em destaque

Além da assinatura do protocolo, o INESC TEC marcou presença no Business2Sea apresentando as mais recentes tecnologias para o Mar, num espaço conjunto com o CIIMAR. Em destaque estiveram o Slocum-Glider (veículo para observação remota de colunas de água de longo alcance para aplicações académicas, militares e comerciais), Flexus (pequeno catamaran que permite o estudo de redes de telecomunicações na linha da IOT), Bóias funcionais (que integram um sistema de posicionamento acústico subaquático para veículos subaquáticos autónomos ou teleoperados) e Bluebox (uma caixa para comunicações terra-mar, usada em cenários de busca e salvamento).

De referir também o 3Port (ferramenta que permite gerir as necessidades e os processos de negócio das autoridades portuárias de forma integrada, mas também interagir com o público geral que pode ver em tempo real o que está a acontecer no porto), o Seabiodata (projeto que tem como objetivo gerar dados ao nível da biodiversidade em montanhas submarinas em Portugal) e, por parte do parceiro CINTAL, um sistema acústico de comunicações subaquáticas.

O INESC TEC organizou ainda, com o CIIMAR, o workshop de apresentação do projeto Spilless - First-line response to oil spills based on native microorganism cooperation, um novo projeto europeu que pretende desenvolver uma solução integrada  que  permita  responder a derrames de petróleo utilizando microrganismos nativos com capacidade para biodegradar petróleo e incorporação em veículos autónomos não tripulados que permitam a aplicação em zonas afetadas por incidentes de poluição. Este projeto reúne em consórcio INESC TEC, CIIMAR, Universidade de Vigo, ACSM, Biotrend e MARLO.

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O futuro próximo

O TEC4SEA tem laboratórios do Porto até Faro. Só na cidade do Porto são seis os laboratórios atualmente disponibilizados pelo INESC TEC para apoiar esta infraestrutura, mas pretendendo que o seu centro de gravidade na região Norte do País seja no Porto de Leixões. Também o CINTAL disponibiliza os seus laboratórios no Algarve.

Tendo como foco principal as áreas ligadas à robótica marinha, telecomunicações e sensores para monitorização e operação em ambientes marinhos, o TEC4SEA planeia alargar no futuro estas áreas a outras de interesse estratégico.

A plataforma TEC4SEA vai também permitir a adesão de outras entidades. Nesse sentido, o website da infraestrutura (www.tec4sea.com) vai disponibilizar em breve informação para quem quiser associar-se.

O investigador do INESC TEC mencionado na notícia tem vínculo ao INESC TEC.