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Um olhar sobre nós na voz dos nossos parceiros - Sinuta, S.A., pela voz de Rui Gomes.

Fora de Série

"... INESC Porto possui uma incrível habilidade de servir de extensão da nossa própria casa. (...) Fico feliz por ter sido escolhido neste mês, e compartilho esta posição com todos os meus colegas da USE." Mauro Rosa

A Vós a Razão

"Os esforços levados a cabo pela Instituição (...) pretendem tornar realidade o estabelecimento de parcerias alicerçadas em projectos inovadores", Augustin Olivier

Asneira Livre

"Após várias noites mal dormidas decidi desmitificar um tema corrente ao qual os meios de comunicação não têm dado a relevância devida: a Gripe A...", Nelson Rodrigues

Galeria do Insólito

Quem vem e atravessa o open space da Unidade de Telecomunicações e Multimédia (UTM) pode ficar surpreendido com os conteúdos que para ali vão nos ecrãs de computador dos nossos queridos colaboradores...

Ecografia

BIP tira Raio X a colaboradores do INESC Porto...

Jobs 4 the Boys & Girls

Referência a anúncios publicados pelo INESC Porto, oferecendo bolsas, contratos de trabalho e outras oportunidades do mesmo género...

Biptoon

Mais cenas de como bamos indo porreiros...

 

Fora de Série

Este espaço destina-se a prestar homenagem a um colaborador que mensalmente se distinga com especial relevo na sua actividade. A escolha final é da responsabilidade da Redacção do BIP mas a colaboração das Coordenações de todas as Unidades é preciosa pois as sugestões e motivações são fundamentalmente da sua responsabilidade...

Mauro Rosa

1. Com quase 20% de colaboradores estrangeiros, o INESC Porto assume-se como uma instituição fortemente multicultural. Qual é a sensação de ser o primeiro estrangeiro a conquistar o título de “Fora de Série”?

A sensação só pode ser de felicidade. Fico contente em poder representar uma conquista importante para os estrangeiros dentro do INESC Porto. Embora tenha a certeza de que muitos dos estrangeiros que trabalham nesta casa não se sentem estrangeiros, pois o INESC Porto possui uma incrível habilidade de servir de extensão da nossa própria casa.

2. Trabalha no INESC Porto desde 2004. Como surgiu esta oportunidade? Qual é a imagem do INESC Porto junto da comunidade científica brasileira?

Em 2003 iniciei o planeamento para o meu doutoramento. Na altura, existiam quatro alternativas a serem exploradas, e que poderiam configurar boas escolhas. Em Maio de 2003, estive no Porto para conhecer o INESC Porto e a Universidade do Porto. Fiquei encantado com a estrutura, com as pessoas e a com a cidade. Adicionalmente, encontrei duas referências importantes na minha área de actuação: os Professores Vladimiro Miranda e Armando Martins Leite da Silva, os quais eu não tinha a mínima noção que eram amigos, e que trabalhavam juntos em algumas pesquisas. O Prof. Leite da Silva já fazia parte dos meus planos iniciais, pois uma das quatro alternativas que eu explorava para o doutoramento era a Universidade de Itajubá, onde o Prof. Leite da Silva está inserido como professor titular há muitos anos. Diante desse cenário, não tive dúvidas em dar o próximo passo para vir para o INESC Porto, ou seja, submeti uma candidatura à FCT, concorrendo a uma bolsa de doutoramento sob a orientação dos professores Vladimiro Miranda e A. M. Leite da Silva.

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O INESC Porto é muito conhecido pela comunidade científica brasileira, servindo como referência de pesquisa (investigação) e desenvolvimento no meio académico. O destaque fica por conta da estrutura organizacional do INESC Porto, a qual causa inveja a muitas universidades e centros de investigação brasileiras.

A grande mobilidade do INESC Porto em participar em projectos de muitas áreas do conhecimento, facilitando o relacionamento das instituições de investigação e desenvolvimento com a indústria, é sem dúvida um destaque internacional. Actualmente, com a proposta do INESC Brasil, há muita expectativa por parte dos investigadores em muitos estados brasileiros.       

3. Trabalhou vários anos como electricista no Brasil. Como é que essa experiência o ajuda na sua carreira enquanto investigador?

A minha carreira profissional começou realmente muito cedo, quando aos 15 anos fui contratado como ajudante de electricista em uma empresa de construção civil. Desde então, fui tendo contacto com esse mundo extraordinário dos sistemas eléctricos, e com o passar dos anos fui-me apaixonando pelo assunto. A experiência como electricista só contribuiu para a minha formação posterior. Nos anos como estudante de engenharia eléctrica recebia durante as aulas uma boa visão teórica dos assuntos da engenharia, que era consolidada através de uma óptima experiência prática que tive actuando como electricista predial e industrial, electricista de manutenção de alta e baixa tensão, e com a formação que mais gostava quando era electricista: electricista bobinador (uma classe em extinção). A visão prática da engenharia é na mesma muito apaixonante. Tenho um grande respeito e admiração pelos profissionais que actuam nessa área.

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4. Como caracterizaria o povo português (quer a nível pessoal, quer a nível profissional)?

A experiência de viver em Portugal fez crescer um sentimento que já possuía em relação ao povo português. O respeito e a admiração pelos feitos portugueses relatados na história do Brasil são passados de geração em geração nas escolas brasileiras. Todo brasileiro cresce conhecendo suas raízes e ligações com Portugal. Com os meus cinco anos de Portugal, posso dizer que o povo português é muito parecido com o povo brasileiro, porém com alguns traços de maior experiência. Como se todo o português fosse um irmão mais velho de um brasileiro. Caracterizaria o povo português como um povo triste no Inverno, alegre no Verão, e muito trabalhador em todo o tempo. Ao nível pessoal, devo confessar que sempre fui muito bem tratado, e que me adaptei muito rápido ao delicioso bacalhau consumido aqui.

5. A sua nomeação para “Fora de Série” vem no seguimento do seu envolvimento em diversas frentes, desde o Projecto Reservas (protótipo e acção de formação) ao Projecto JRC-IE (estudos e relatório final). Em qual destas duas áreas se sente mais à vontade? Qual é a importância estratégica destes projectos do universo da USE e do INESC Porto em geral?

Com relação aos projectos, as duas frentes são de uma importância estratégica para o INESC Porto. O projecto Reservas consolida uma relação de compromisso que o INESC Porto vem mantendo há alguns anos com a indústria eléctrica em Portugal e que, neste projecto, se estendeu a Espanha, envolvendo os gestores Ibéricos REN e REE num único projecto. Este trabalho iniciou-se com um estudo de segurança do abastecimento dos Sistemas Ibéricos e expandiu-se com a construção de uma ferramenta de avaliação da segurança do abastecimento para ambas as empresas. É importante realçar que sou apenas um dos participantes da equipa de desenvolvimento, que tem trabalhado para o sucesso desse projecto.

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Em relação ao JRC-IE, trata-se da avaliação da fiabilidade do sistema português para um horizonte de estudo com grande participação de fontes renováveis (especialidade reconhecida do INESC Porto). Este estudo foi realizado em conjunto com a Universidade de Cagliari de Itália e envolve o Sistema Eléctrico Português e o Sistema Eléctrico da Sardenha de Itália. O contrato foi celebrado com um laboratório da comissão europeia JRC-IC (Joint Research Centre - Institute for Energy) e tende a ser o início de mais um bom relacionamento do INESC Porto com importantes instituições europeias. Ambos os projectos envolveram uma grande complexidade nas avaliações, e não seria possível sem a participação de um número expressivo de pesquisadores do INESC Porto, tais como os Professores Manuel Matos e Peças Lopes, o engenheiro Ricardo Ferreira, o engenheiro Carlos Tavares da USIC, e a equipa do Professor Leite da Silva da Universidade de Itajubá.

6. Como foi gerir o seu tempo entre dois projectos de dimensão tão grande?

A tarefa de gestão do tempo é sempre complexa, sobretudo quando envolve projectos de grande complexidade, porém o conhecimento produzido no projecto Reservas facilitou um pouco o início do projecto JRC-IC. Outro ponto importante foi poder contar com o entrosamento das equipas de ambos os projectos. Dessa forma, foi possível concatenar tarefas e produzir os resultados em tempo. 

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7. O Mauro conquista o título de “Fora de Série” pelo seu desempenho no mês de Outubro. Considera que esta foi a sua primeira “verdadeira” prova de fogo, desde que começou a trabalhar no INESC Porto?

Não. O INESC Porto desenvolve muito trabalho de qualidade e que geralmente envolve grande complexidade. Neste caso, temos sempre muitos desafios para serem vencidos todos os meses, o que usualmente exige muita gente boa de trabalho. O problema é que não é possível eleger um grande número de “Fora de Série” todos os meses. Considero que grande parte dos meus colegas são “Fora de Série” em muitos meses.

8. Equaciona voltar para o Brasil?

Sim, como todo o brasileiro quero voltar para a minha terra em algum momento, porém meus planos actuais envolvem um tempo maior em Portugal.

9. Quem é a sua maior influência/exemplo (pessoal ou profissional) no universo INESC Porto? Porquê?

Não sei se é possível apontar alguém como minha maior influência/exemplo (pessoal ou profissional) no universo INESC Porto. Trabalho com tanta gente boa, que serve como exemplo de conduta e honestidade para mim, que ficaria difícil citar alguém. Na minha visão ando sempre a colectar alguns atributos individuais das pessoas que respeito, e com isso vou tentando crescer como indivíduo e profissional.

 

 

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10. Terminaremos este breve questionário pedindo que comente a seguinte citação Manuel Matos, coordenador da sua unidade, a USE.

 “Durante o mês de Outubro, o Mauro Rosa assumiu a responsabilidade operacional da fase II do Projecto Reservas (conclusão da entrega do protótipo) e organizou a acção de formação dos utilizadores em Madrid. No mesmo período, desenvolveu trabalho decisivo na conclusão dos estudos e relatório final do projecto JRC-IE, contratado com a Comissão Europeia.

Tudo isto resultou em imenso trabalho, realizado com muita qualidade e mostrando uma enorme dedicação, à semana e fins-de-semana.”

Como disse anteriormente, na USE temos uma grande dedicação naquilo que fazemos, e sinto-me à vontade em dizer que tenho muitos colegas “Fora de Série” todos os meses. A tarefa do professor Manuel Matos é sempre muito difícil, escolher alguém para ser indicado como fora de série é como ter de escolher entre o Cristiano Ronaldo e o Kaká no time do Real Madrid. Fico feliz por ter sido escolhido esse mês, e compartilho essa posição com todos os meus colegas da USE.