Cadê Você?

O INESC TEC lança todos os meses no mercado pessoas altamente qualificadas. Muitas vezes, essas pessoas vão ocupar lugares de destaque nas melhores empresas nacionais e internacionais ou optam por formar spin-offs. Como a melhor forma de transferir tecnologia é transferir pessoas, nesta secção a voz é dada aos colaboradores que se formaram no INESC TEC e agora brilham noutras empresas e instituições.

Erika Pequeno, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – Brasil/
INESC P&D Brasil, Ph.d. Student

• Ano em que entrou e saiu do INESC TEC: 2011-2014
• Centro(s) do INESC TEC com que colaborou: CPES
• Título(s) do(s) projeto(s) em que participou: Large Scale Computing with Autoencoders – Aplicatin to Power Systems (LASCA), Projeto EDP - Previsão Agregada: Previsão de produção de Energia Eólica agregada em Portugal Continental finaniado pela EDP Produção, Sustainable,  financiado pelo Programa Quadro Europeu Horizon 2020, entre outros.

Testemunho relativo a sua experiência desde a sua saída do INESC TEC

Atualmente sou estudante de doutoramento na Universidade Federal de Santa Catarina  - UFSC –  com linha de pesquisa em Sistemas de Energia Elétrica . Além disso, sou colaboradora do INESC P&D Brasil, onde desenvolvo atividades em projetos de investigação e desenvolvimento. Apesar de o tema central do trabalho por mim aqui desenvolvido ser o mesmo que abordei quando me encontrava no INESC TEC, hoje em dia estou mais focada no comportamento e confiabilidade dos sistemas elétricos, enquanto que o meu foco no INESC TEC era mais em sustentabilidade e energias renováveis.

Recentemente participei num projeto de desenvolvimento de um sistema (hardware + software) para qualificação, quantificação e diagnóstico das perdas do sistema de distribuição de energia elétrica das cooperativas associadas à FECOERUSC - Federação Cooperativas de Energia do Estado SC. Este projeto contou com a parceria da UFSC, em conjunto com a empresa do sector privado Plan4, além da federação FECOERUSC e da fundação FEESC  - Fundação de Ensino e Engenharia de Santa Catarina. Foi muito gratificante pois este projeto permitiu que eu tivesse um contacto direto com a indústria e pudesse observar qual o ponto de vista das empresas em relação aos projetos de P&D. Atualmente, entre outras atividades que desenvolvo em paralelo, sou pesquisadora no projeto MORA, que é um projeto do INESC TEC com a REN – Rede Elétrica Nacional – e parceria com o INESC P&D Brasil.

A minha saída do INESC TEC coincidiu com a minha procura em melhorar as minhas habilitações académicas. Com formação básica em Matemática e Mestrado em Matemática Aplicada, o trabalho que desenvolvi no INESC TEC permitiu-me verificar que poderia acrescentar mais valor à minha formação se diversificasse as minhas áreas de estudo e atuação. A área que vim a conhecer enquanto bolseira de investigação no INESC TEC acabou por ditar a área por mim  escolhida na linha de pesquisa do meu doutoramento. Foi ainda através do INESC TEC que conheci as pessoas que me ajudaram (e ainda ajudam) a percorrer este caminho.

Na sua opinião como é que a sua experiência no INESC TEC ajudou no novo papel?

Um dos principais ganhos que tive enquanto bolseira de investigação no INESC TEC foi o de compreender que temos de ser (muito) persistentes para conseguir atingir um determinado objetivo. Ter um bom resultado é o que mais se almeja, mas nem sempre isso é alcançado como se quer, e menos ainda quando se quer. Também conheci o outro lado da moeda, aquele em que se tem que justificar o porquê de assim não dar resultado e ter a necessidade de uma nova ideia para tentar alcançar o objetivo de novo. Penso que esta foi uma das principais experiências que tive no INESC TEC e que ajudam a ultrapassar os novos desafios com os quais hoje em dia me deparo.
Por outro lado, no meu tempo de permanência no INESC TEC, puder acrescentar algo mais em mim, como pessoa, dada a forte componente cultural com a qual tive contacto, permitindo que hoje fosse um pessoa com a mente mais aberta. Isso influencia não só a minha situação atual, como irá provavelmente continuar presente no futuro.

Na sua opinião, o INESC TEC mudou em quais aspectos desde a sua saída?

Tenho acompanhado o INESC TEC através do BIP e dos documentários “30Anos | 30 Documentários”. O INESC TEC mostra que continua a ser um instituto de investigação de referência, apostando não só na investigação quanto em parcerias estratégicas com a indústria, tanto em Portugal quanto no estrangeiro. A realização dos documentários é, no meu ver, uma boa adaptação aos novos tempos bem como um ótimo meio divulgação do próprio instituto.