A Vós a Razão
“O nome ‘INESC Porto’ circula em toda a fábrica”
Por António Almeida*
Foi quando procurava um tema e uma empresa para desenvolver a minha dissertação de mestrado que conversei com o Professor Américo Azevedo. Após uma curta conversa surgiu a oportunidade de integrar a equipa de trabalho de um novo projeto, que estava a arrancar no INESC Porto, intitulado de Virtual Factory Framework (VFF). Este era um projeto europeu, de elevada envergadura, financiado pelo FP7. Nessa altura, ainda nem sabia bem qual o significado do conceito “Framework”, nem tão pouco o que era o FP7. No entanto, aceitei desde logo a proposta que me tinha sido feita para integrar o projeto, mesmo antes de ter tomado essa decisão conscientemente. Na verdade, a ideia de poder desenvolver a minha dissertação num instituto de investigação como o INESC Porto (do qual já tinha ouvido falar bastante, associado a um Instituto de I&DT de excelência), somando ao facto de a participação neste projeto me possibilitar conhecer algumas das principais cidades europeias e a colaboração com pessoas e entidades estrangeiras, foram, sem dúvida, os principais fatores que me fizeram sentir como um privilegiado e, por isso, aceitar a oportunidade.
Na minha chegada ao INESC Porto, conheci a minha equipa de trabalho e comecei a explorar os diferentes desafios e perspetivas adjacentes a um projeto de investigação com o tamanho e abrangência do VFF. Na verdade, os soft skills e o conhecimento sobre a indústria nacional e internacional que consegui absorver deve-se, em grande parte, à forma como fui recebido pelos meus colegas Roberto Piedade e João Bastos, assim como ao meu orientador de dissertação e responsável do VFF no INESC Porto, Américo Azevedo.
Pouco tempo depois de ter começado a trabalhar no projeto VFF, e por motivos vários, o Roberto e o João deixaram de colaborar ativamente na equipa do projeto. Assim, dei por mim quase sozinho e com a responsabilidade científica de um projeto com um orçamento aproximadamente de 500 mil euros e com um prazo de término nessa altura de dois anos. Esta foi, de facto, uma fase um pouco assustadora mas que me fez crescer muito, profissional e pessoalmente. Foi neste contexto que chegou à equipa um novo membro, o Álvaro Caldas. Juntos, com bastante dedicação e suor, conseguimos não só atingir todos os objetivos traçados para o projeto, mas também reforçar os contactos com a Volkswagen Autoeuropa, o parceiro industrial português no projeto VFF.
Recentemente, a Engª Margarida Pereira, diretora da área de Gestão Otimizada e Lean Managament da fábrica Volkswagen Autoeuropa, confidenciava que, hoje em dia, o nome INESC Porto circula em toda a fábrica, não só na área de gestão industrial, mas em toda a linha de montagem. Na verdade, o INESC Porto encontra-se a desenvolver vários projetos em paralelo com esta empresa portuguesa de referência na produção de automóveis. Estes projetos vão desde a melhoria da gestão de processos e desempenho, até ao desenvolvimento de soluções robóticas capazes de melhorar os processos logísticos que alimentam diversos pontos da linha de montagem.
O projeto VFF acompanhou todo o meu percurso no INESC Porto, desde o período em que era aluno do Mestrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores até à frequência no programa doutoral de Engenharia e Gestão Industrial. Neste momento, encontro-me na fase final da minha tese de doutoramento e o projeto VFF terminou no final de fevereiro.
O meu tema de doutoramento incide na área de Gestão de Desempenho. Visto esta ser uma área fortemente relacionada com a estratégia de uma empresa (área sensível para qualquer empresa), tenho a consciência que o facto de ter construído uma base de confiança com alguns dos principais stakeholders da empresa Volkswagen Autoeuropa, e desta forma receber informação privilegiada, deve-se principalmente a estar associado a uma instituição de excelência como o INESC TEC. Este nível de excelência, nas diversas áreas direta e indiretamente relacionadas com a engenharia de sistemas de produção, tem sido construído de uma forma sustentável através da participação ativa nos vários projetos europeus. Na minha opinião, este fator têm-se demonstrado fulcral, permitindo à UESP e aos seus colaboradores manterem-se alinhados e atualizados com o estado-da-arte, e assim, serem reconhecidos como parceiros de excelência junto da indústria.
Em nota de conclusão, gostaria de aproveitar esta oportunidade para agradecer ao meu orientador e amigo Professor Américo Azevedo pela confiança que tem depositado em mim, assim como pelos desafios que me tem lançado. Recentemente, para além de um novo projeto com Volkswagen Autoeuropa e do término da minha tese de doutoramento, estou também a participar ativamente na organização da conferência internacional Flexible Automation & Intelligent Manufacturing- FAIM 2013. Na verdade, todas estas oportunidades têm permitido não só desenvolver-me como profissional, mas também apreender a cultura de excelência praticada neste laboratório de investigação.
“We are what we repeatedly do. Excellence is not an act but a habit.” (Aristotles)
*Colaborador na Unidade de Engenharia de Sistemas de Produção (UESP)