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"O projeto VFF acompanhou todo o meu percurso no INESC Porto, desde o período em que era aluno do Mestrado até à frequência no programa doutoral de Engenharia e Gestão Industrial.", António Almeida

Asneira Livre

"Olhando para trás vejo que neste ambiente tive oportunidade de conhecer e incorporar o «espírito prático» da engenharia que dá corpo e utilidade (...) à matemática que tanto estudei sem vislumbrar a sua aplicabilidade.", Ana Filipa Sequeira

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Asneira Livre

Uma “matemática” pelo mundo da engenharia...

Por Ana Filipa Sequeira*

Espero com tal título não ter desde já desanimado alguns inesquianos de prosseguir a leitura do artigo. Àqueles que persistem, agradeço e peço antecipadamente desculpa pela minha maçadora estória... De facto, o que poderá ter de interessante o percurso de uma matemática?

Cheguei ao INESC TEC, mais propriamente à UTM [Unidade de Telecomunicações e Multimédia], e mais concretamente ao grupo VCMI [visual computing and machine intelligence], há pouco mais de dois anos. Vinha eu de um percurso de licenciatura e mestrado (dos antigos, sim!) todo passado pelos lados da FCUP. Só esta experiência seria suficiente, não para uma asneira livre, mas para um livro de asneiras completo, mas não se assustem que não será para agora. Dizia eu que aqui cheguei há pouco mais de dois anos para enveredar numa nova aventura! Calorosamente acolhida pelos membros da Unidade e de forma mais próxima pelos membros do VCMI, que dedicam a todos os novos elementos uma infinita paciência e um imediato companheirismo, ainda assim entrava num mundo novo. Iria ser um «admirável» mundo novo?

Não poucas vezes me lembrei das “sábias” palavras de meu pai quando terminei o meu percurso não superior e anunciei que ia para Matemática! Perante tal decisão me dizia, com uma angústia mal disfarçada, «Mas o que vais tu fazer para Matemática?». O meu pai, médico de profissão e por devoção, que várias vezes me confessou o seu pior pesadelo: «Então não é que eu sonho que tenho de fazer um exame de Matemática? E eu ainda argumento que ao fim de tantos anos de profissão como médico isso não me parece necessário, mas os examinadores são impiedosos! Eu lá tento responder mas a memória não ajuda e só me livro do constrangimento quando acordo e, aliviado, de novo percebo que era um sonho». Dizia eu que me lembro das suas palavras, na verdade, repeti para mim mesma várias vezes palavras semelhantes, «Mas, Filipa, que vais tu fazer para a “engenharia”?».

A esta pergunta tento responder todos os dias acrescentando mais uma linha ou apenas uma palavra, dependendo da produtividade do dia, neste livro que vou escrevendo. E, agora que me encontro de certa forma a «meio do caminho», o desafio que me lançaram serviu de empurrão para um balanço. A meio do caminho já conseguimos olhar para trás com alguma distância e olhar para a frente com alguma proximidade do fim do percurso.

Olhando para trás vejo que neste ambiente tive oportunidade de conhecer e incorporar o «espírito prático» da engenharia que dá corpo e utilidade (espero que os meus colegas matemáticos puros de gema não me ouçam!) à matemática que tanto estudei sem vislumbrar a sua aplicabilidade.

Não deixo de rir-me como sempre me ri daquela história do fulano que está num balão e caiu no meio do nada. Encontra uma pessoa e pergunta-lhe: «Desculpe, pode dizer-me onde estou?», e a pessoa muito solícita responde-lhe de imediato: «O senhor está dentro de um balão!». Apesar do desespero da sua situação o viajante do balão ainda tem discernimento para lançar de forma retumbante: «E o senhor de certeza que é matemático!...Deu-me uma resposta completamente correta que não me serve para nada!...». Apenas agora já não tenho tanta certeza se estou dentro ou fora do balão! Acho que posso concluir que um matemático que se aventura na engenharia junta o melhor dos dois mundos!

* Colaboradora na Unidade de Telecomunicações e Multimédia (UTM)