Fora de Série
A Série dos fora de série
Num universo de mais de 800 colaboradores, são muitos os meses em que há mais de um colaborador com um desempenho “Fora de Série”. Prova disso mesmo é o facto de, em vários meses, recebermos mais do que um nomeado. Isto determina uma mudança de política editorial: desde dezembro de 2013, o BIP passou a destacar todos os nomeados em cada mês, sem opção de mérito (porque todos o têm muito!).
Adicionalmente, tendo por base critérios de oportunidade noticiosa, é desenvolvida uma entrevista a um dos nomeados.
ESTE MÊS FALAMOS COM...Filipe Ribeiro (CTM)
1. O seu contributo para o projeto MTGrid - Multi Technology Communication Infrastructure for the Smart Grid teve um papel central nesta distinção. Pode-nos explicar em que consiste o projeto e qual o seu contributo?
O projeto, que envolveu a EFACEC e o Centro de Telecomunicações e Multimédia (CTM), teve como principal objetivo desenvolver uma solução de comunicações sem fios que permita aos operadores de uma rede elétrica monitorizar e controlar os contadores elétricos inteligentes que no futuro irão equipar as nossas casas. Neste projeto fui responsável pela implementação da solução proposta em equipamentos e sistema operativos até então não usados pelo nosso Centro. Este tipo de redes de comunicações tem requisitos próprios e exigentes, o que tornou o desafio grande e difícil. A rede tem como requisitos, por exemplo, a interligação de centenas de contadores, capacidade de operação em ambientes diversos, e integração com as soluções do fabricante. Como o desafio foi grande, a motivação para a execução deste trabalho foi ainda maior e terminou com a instalação bem sucedida do protótipo de comunicações nas instalações do fabricante.
2. Está no Centro de Telecomunicações e Multimédia desde 2011. O que mais o estimula e seduz no trabalho que tem vindo a desenvolver no Centro?
No INESC TEC, e no CTM em particular, é-nos dada a oportunidade de entrar de novo “na idade dos porquês”, onde quem responde às questões somos nós com ajuda do enorme know-how mantido pela equipa do CTM. É claramente motivador poder desenvolver novas soluções de comunicações que vão ao encontro das necessidades da indústria para todo o tipo de ambientes reutilizando tecnologia já conhecida ou tecnologia que por vezes ainda não está disponível no mercado. A somar a tudo isto, temos um ambiente amistoso e profissional que reúne as condições necessárias para a incubação de ideias e soluções que certamente no futuro irão equipar o mundo digital em que vivemos.
3. No CTM está integrado no Grupo WiN - Wireless Networks. As redes de comunicações sem fios são a sua área de especialização?
Desde que entrei no CTM que exerço maioritariamente investigação na área das redes sem fios aplicadas sobretudo às smart grids. Exemplo disso foi o projeto já mencionado MTGrid e o “vintage” REIVE, resultante de uma colaboração interna entre o CTM e o CPES. À parte dos projetos aos quais estive vinculado, participei também em algumas das iniciativas internas do grupo WiN, liderado pelo Rui Campos, orientei dissertações de mestrado e contribuí para alguns trabalhos de doutoramento relacionados com as redes sem fios. Mas sendo a área das telecomunicações muito abrangente, há outros trabalhos fora das redes sem fios nos quais estive envolvido e igualmente motivado como foi o caso do projeto europeu ALICANTE e na participação pontual com o CPES na melhoria contínua do Laboratório de Redes Elétricas Inteligentes e Veículos Elétricos ao nível das comunicações.
4. Como se vê no plano profissional daqui a cinco anos? Pondera, por exemplo, uma experiência na indústria?
Como se costuma dizer, esta é uma questão para 1 milhão de euros (ou dólares, se for mais vantajoso). Penso que qualquer investigador de engenharia ambiciona sempre poder trabalhar com a indústria. Não quer isto dizer que tenha de estar na indústria. Por exemplo, no caso do MTGrid, REIVE e até mesmo no ALICANTE tive a oportunidade de lidar com a indústria sem que dela tivesse de fazer parte. Neste momento pondero investir na minha formação nos próximos anos e depois, já mais perto do fim do mundo, convido todos a assistirem ao último episódio desta série numa sala de atos perto de nós.
5. Terminaremos este breve questionário pedindo que comente a sua nomeação feita pela coordenação do CTM.
“A coordenação do CTM propõe para "Fora de Série" o investigador Filipe Ribeiro pelo seu extraordinário envolvimento em projetos de interesse para o CTM e pela sua prestação, em fevereiro de 2015, no projeto MTGrid (Infraestrutura de Comunicações Multi-Tecnologia para Redes Elétricas Inteligentes), no qual implementou com sucesso uma rede de comunicações para cenários de telecontagem de consumos energéticos.”
Primeiro, tenho de agradecer a nomeação à coordenação do CTM, pois sem dúvida que este Centro tem uma “série” investigadores/colaboradores também merecedores desta nomeação. Depois, não seria justo afirmar que este projeto terminou com sucesso apenas devido ao meu trabalho. No projeto estiveram envolvidos também o professor Manuel Ricardo, Rui Campos e Jaime Dias, sendo obrigatório assinalar o notável contributo deste último na elaboração da solução durante as longas horas de reuniões, assim como a execução da função de project manager. Termino agradecendo à equipa do BIP pela viabilização desta nomeação e a todos aqueles que contribuem ativamente no arrefecimento do open-space do CTM =).
