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Um olhar sobre nós na voz dos nossos parceiros - Testemunho da European Space Agency, pela voz de João Pereira do Carmo.

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"(...) embora o CEGI já pertencesse ao INESC TEC anteriormente, o sentimento de pertença à instituição tem vindo a crescer (...)." Luís Guimarães

A Vós a Razão

E porque não ser o INESC TEC o gigante sobre o qual a próxima geração se empolará? Mário Amorim Lopes, CEGI

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Trepei o muro com um cão debaixo do braço (estes dois são mais ou menos portáteis) e lá o fiz saltar para o chão no jardim de casa. Com o segundo a mesma coisa. Boa, está feito! Visão das pessoas que iam a passar na rua: “Este tipo está a assaltar a casa e a meter cães lá para dentro!” Vasco Teles, Projetos especiais.

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A Vós a Razão

Em cima de um gigante

Por Mário Amorim Lopes*

Se Newton se ergueu nos ombros de gigantes, a nossa geração está estacionada nos palanques da civilização. Mas nem sempre terá sido assim. Recuemos até 1659, momento em que foi sintetizado o nitrato de amónio. Aparentemente pequena, a descoberta deste fertilizante permitiu economias de escala e sobeja na agricultura, retirando-nos do abominável e interminável círculo vicioso de comer para viver e viver para comer. Se a isto acrescentarmos o motor a vapor, é fácil constatar porque hoje nos é possível investigar como alternativa à não menos digna, embora cansativa, atividade de cavar batatas: aumentos de produtividade que geram riqueza. Se as ciências e as artes liberais eram um exclusivo para os poucos agraciados por algum patrício abonado (Leonardo Da Vinci era sustentado pelo seu patrono, os Medici; Karl Marx, que nunca trabalhou, por Engels, etc.), o seu alcance é agora ubíquo, resultado inexorável do progresso económico que estas invenções trouxeram, mas cujo impacto seria nulo faltasse a condição de primeira ordem: a liberdade.

Não é coincidência que uma revolução tecnológica (Revolução Industrial) tenha ocorrido na mesma altura que importantes revoluções políticas (Revolução Americana e Francesa), e que as invenções acima descritas apenas tenham tido um impacto relevante desde então. O feudalismo e o mercantilismo limitavam e inibiam a ação, a ambição e a iniciativa individual. A um camponês restava-lhe ser camponês, trabalhando incessantemente para o seu senhor feudal. Os restantes, em função dos ditames do soberano Estado, geralmente atirados para postos militares. Os primeiros a destoar desta inércia social foram os burgueses, que não eram mais do que pequenos mercadores a quem lhes foi concedida a liberdade, que o filósofo inglês Locke postularia ser um direito natural, de exercer a sua profissão: a de mercadores, e com isso ganhar dinheiro e ascender socialmente. E foram precisamente estes, e não aqueles que já dispunham de um enorme património, os primeiros industriais capitalistas a tirar proveito da inovação tecnológica, gerando prosperidade nunca antes registada. O resto é história: os avanços tecnológicos ancorados na iniciativa individual resultaram num crescimento económico ainda hoje exponencial, pese embora a fase menos favorável deste ciclo económico.

É isto que acontece quando aos indivíduos lhes é dada a liberdade para imaginar, criar, fazer, acontecer, produzir, vender ou comprar. Mais importante ainda, é isto que o INESC TEC deverá continuar a ser: um lugar onde se idealiza e se faz ciência livremente. Mas não despiciente das vontades e desejos dos indivíduos, das famílias e das empresas, e da própria missão do instituto: este é um laboratório de ciência aplicada e, como tal, serve para servir. E serve, mais do que tudo — perdoe-me quem desdenha, e bem, do utilitarismo — pela sua utilidade: a I&D deverá ser orientada e adequada a gerar os spillovers. Ciência com dúbia aplicabilidade num país carente de recursos é, embora bonita no papel, um desperdício de recursos escassos. O INESC TEC deve continuar a pautar-se pelo seu relevante, prático e útil impacto na ciência e na economia.

Mas deve almejar a ser mais. Existe uma lacuna em Portugal com um enorme impacto na vida de todos nós: a falta de instituições e think-tanks capazes de produzir, avaliar e auditar políticas públicas. Dispomos do know-how nas instituições, falta-nos concretizar: a FEUP gera capital humano capaz de avaliar tecnicamente projetos, enquanto que a FEP produz as qualificações necessárias para ajuizar a sua relevância e viabilidade económica. Já existem doutoramentos focados nesta importante área de investigação: vide o doutoramento em Energia e Políticas Públicas, em parceria com Carnegie Mellon. Falta o laboratório de I&D com a coragem e a determinação para abarcar esta área da investigação, geralmente entregue a consultoras que recorrem a capital humano gerado, coincidentemente, por nós. E porque não ser o INESC TEC o gigante sobre o qual a próxima geração se empolará?

* Colaborador no Centro de Engenharia e Gestão Industrial (CEGI)