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Um olhar sobre nós na voz dos nossos parceiros - Testemunho da European Space Agency, pela voz de João Pereira do Carmo.

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"(...) embora o CEGI já pertencesse ao INESC TEC anteriormente, o sentimento de pertença à instituição tem vindo a crescer (...)." Luís Guimarães

A Vós a Razão

E porque não ser o INESC TEC o gigante sobre o qual a próxima geração se empolará? Mário Amorim Lopes, CEGI

Asneira Livre

Trepei o muro com um cão debaixo do braço (estes dois são mais ou menos portáteis) e lá o fiz saltar para o chão no jardim de casa. Com o segundo a mesma coisa. Boa, está feito! Visão das pessoas que iam a passar na rua: “Este tipo está a assaltar a casa e a meter cães lá para dentro!” Vasco Teles, Projetos especiais.

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Uma turbina eólica que é também... um "abajur"!

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BIP tira Raio X a colaboradores do INESC TEC...

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Venha conhecer os novos doutorados do INESC TEC...

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Produção vinícola e tecnologia de mãos dadas para afirmar estatuto de Portugal

INESC TEC é parceiro tecnológico para a modernização do setor

Portugal é um país com grandes potencialidades para a produção de vinhos de qualidade, destacando-se as boas condições climáticas e geológicas, as castas únicas e a tradição que possui no setor. Mas, se é certo que as condições naturais têm contribuído para cimentar a posição do país como 12º maior produtor de vinho a nível mundial[1], também é verdade que a tecnologia se tem vindo aliar a estes fatores inatos para reforçar o estatuto alcançado. Seja no controlo da qualidade do vinho, na gestão da sua comercialização ou na classificação das parcelas de vinha, o INESC TEC tem-se associado, com sucesso, a instituições nacionais na otimização de alguns fatores ligados ao vinho e à vinha. Entre os projetos neste domínio, destaque-se, por exemplo, aquele que revolucionou o conceito de parcela vitivinícola com impacto na Região Demarcada Mais Antiga do Mundo, Património Mundial - o WineSlot.

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Projeto WineSlot com impacto estruturante no Douro Vinhateiro

Desenvolvido pelo Centro de Sistemas de Informação e de Computação Gráfica (CSIG) do INESC TEC em conjunto com o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), o WineSlot teve como objetivo a normalização do conceito de parcela de vinha e a aplicação de gestão de classificação de parcelas de vinha aplicados à gestão do património vitícola.

A colaboração do INESC TEC no WineSlot, que teve o apoio da Medida 1.4 do Programa Operacional do Norte (Programa ON), iniciou-se em março de 2007 e contou com duas fases: um projeto-piloto visando a definição de conceitos, modelos e procedimentos para a automatização da gestão do potencial vitícola e das denominações de origem na região, e o desenvolvimento de um protótipo para a gestão da classificação de parcelas com vinha, designado por Sistema de Informação Vitivinícola da Região Demarcada do Douro (SIV-RDD).

O projeto-piloto permitiu a definição dos conceitos, procedimentos e regras necessários para efetuar levantamentos de parcelas de vinha, tendo em atenção os aspetos legais e técnicos associados, e que garantam a compatibilização da representação das parcelas pelas várias entidades intervenientes na regulação da vinha e vinho na Região Demarcada do Douro (RDD). Já o Protótipo de Gestão da Classificação de Parcelas com Vinha assegura a informatização do processo de classificação das novas parcelas com vinha, desde a fase de levantamento de campo, até à integração no sistema do IVDP que assegura a gestão da classificação das parcelas com vinha da Região Demarcada do Douro, bem como a gestão do processo inerente à autorização para produzir mosto generoso, logo a partir da vindima de 2008.

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Os resultados deste projeto têm um grande impacto na Região Demarcada do Douro uma vez que permitem a automatização da gestão do potencial vitícola das denominações de origem, incrementando a capacidade do IVDP de controlar, promover e defender as denominações de origem e indicação geográfica da Região Demarcada do Douro. Por parte do INESC TEC participaram no WineSlot António Coelho, Artur Rocha, Lígia Silva e Lino Oliveira.

Controlar e modelar a qualidade do vinho

Da produção até à mesa do consumidor, são muitas as etapas que o vinho percorre até ser produto final. A qualidade, por exemplo, tem de ser criteriosamente vigiada. É aqui que o INESC TEC intervém também, para assegurar a autenticidade da bebida que chega às mãos do consumidor. Aliando os biossensores à área da genética molecular, o projeto WineBioCode promove um maior rigor no controlo de qualidade e na deteção de práticas fraudulentas. O objetivo final deste projeto do Centro de Fotónica Aplicada (CAP), que ainda está em curso, é o desenvolvimento de um biossensor ótico para certificar a autenticidade genética das diferentes castas, através da detecção de processos de hibridação de ADN. Trata-se de um projeto financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), desenvolvido em colaboração com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), o Instituto Nacional de Recursos Biológicos (INRB) e a SOGRAPE, LDA (Sogrape Vinhos S.A.), sendo liderado no INESC TEC por Pedro Jorge e José Ramiro Fernandes, investigadores do CAP.

Com o mesmo objetivo, de assegurar a qualidade do vinho, mas com recurso a técnicas e meios bastante diferentes, o Centro de Engenharia e Gestão Industrial (CEGI) está a desenvolver um modelo que vai permitir relacionar a variação dos diversos fatores meteorológicos ao longo de cada ano de colheita, com a qualidade global do vinho. O projeto “Modelação da Qualidade do Vinho da Região do Douro” está a ser desenvolvido por José Sarsfield Cabral, José Luís Borges e António Côrte-Real de Sousa, em colaboração com a Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense - ADVID.

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O mesmo Centro levou a cabo o projeto “Análise dos resultados de um painel de degustação de Vinho do Porto”. A partir dos dados recolhidos numa sucessão de anos por um painel de degustação de vinhos da ADVID, os investigadores pretenderam construir uma medida da qualidade do ano de produção na região demarcada do Douro. O objetivo foi contribuir, a longo prazo, para a análise do efeito das mudanças climáticas na qualidade da produção de vinho nessa região. Participaram neste projeto, os investigadores José Luís Borges, Vera Miguéis e José Sarsfield Cabral.

Colaboração e apoio à decisão

Desenvolver metodologias, guias e ferramentas para apoiar as PME na criação e gestão de redes colaborativas de organizações foi o objetivo do projeto desenvolvido pelo Centro de Engenharia de Sistemas Empresariais (CESE), denominado “RCED-Redes Colaborativas de Elevado Desempenho no Norte de Portugal”. Um dos casos de estudo deste projeto foi a Rede de Colaboração Lavradores de Feitoria, alargando assim a sua área de atuação a empresas produtoras de vinhos de qualidade da região do Douro.

O projeto Lavradores de Feitoria (LdF) juntou, em 1999, 15 produtores da região do Douro com o objetivo de valorizar a produção vinícola e promover a produção de vinhos de qualidade. A constituição desta rede colaborativa ajudou a solucionar os problemas de produtores desta região, nomeadamente ao nível da comercialização dos seus vinhos VQPRD (Vinho de Qualidade Produzido em Região Determinada). Para além de lançar novas marcas associadas a vinhos de lote resultado de uma rigorosa seleção das uvas das diversas Quintas, cada quinta pode produzir os seus próprios vinhos, potenciando a rede a sua distribuição a nível nacional e internacional.

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O projeto RCED analisou o caso de estudo da LdF e identificou boas práticas que foram divulgas por diversos setores. O projeto foi promovido pelo INESC TEC, com a participação dos investigadores António Lucas Soares, Luís Carneiro e Jorge Pinho de Sousa, e teve como parceiro a empresa Digital Partners. O RCED foi enquadrado no programa Operação Norte gerido pela CCDRN e decorreu entre outubro 2005 e setembro 2007.

Por fim, pelo INESC TEC passou ainda outro projeto ligado ao vinho, por intermédio da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV). O estudo “Relações Isotópicas dos Vinhos Nacionais 1991-1999” pretendeu caracterizar estatisticamente o comportamento das relações isotópicas do etanol (que na linguagem corrente se designa por álcool), respetivamente, D/H1, D/H2, R e C13/C12 e a razão isotópica da água O18/O16 nos vinhos de Portugal continental. Com o tratamento estatístico dos dados e as recomendações que dele derivassem, pretendia-se habilitar o IVV a estabelecer (ou não) limites nacionais das relações isotópicas referidas para os diferentes tipos de vinhos e para as diversas origens, e definir procedimentos para a utilização dos limites no caso de ações litigiosas. Pelo CEGI, participaram no estudo, que no final foi objeto de um relatório confidencial, José Luís Borges e José Sarsfield Cabral.

Os investigadores com ligação ao INESC TEC referidos nesta notícia tem vínculo às seguintes entidades parceiras: INESC Porto, FEUP e UTAD.

 


[1] Dados da associação Vini Portugal referentes a 2012 (http://www.viniportugal.pt/OSector)